segunda-feira, janeiro 17, 2005
Como pinto no lixo.
Há pequenos prazeres na vida que esquecemos com o passar dos anos. como pular em uma poça d'agua de chuva. tomar leite tirado na hora, em caneco escaldado com água fervente, e canela em pó no fundo. isso tudo por que fui pra praia neste fim de semana. Levei a Gaia, minha labradora preta, de um ano. Ficamos na casa do meu sogro em Cornélius, à beira da Lagoa dos Quadros. Chegamos sexta a noite. No sábado pela manhã, após o mate e o desjejum, fomos ate a beira da Lagoa. É óbvio, levamos a Gaia para ver aquela água toda. bastou solta-lá para que se enfiasse na primeira poça. rasa, mal tapava as unhas das patas e ela feliz, não tinha visto ainda a Lagoa propriamente dita. Imaginem o que é para uma criança criada no meio do concreto visitar a fazenda do avô. era assim mesmo que ela se sentia: livre, cheia de verde e espaço para correr. e foi o que ela fez. Ao ver que nao tinha cercas pra prendê-la, mandou patas. espantou todos os quero-queros, garças, passarinhos em geral que estavam por ali. correu no meio dos juncos, desapareceu das nossas vistas, sim nossas, já que a Cíntia me culpava por tê-la solto. mas valeu a pena. me lembrei da minha infância de guri de campanha. Eu era a Gaia naquele instante. e estávamos feliz, como pinto no lixo.